Grávidas fazem o
teste em clínicas de pré-natal, relatou a pediatra Avi Violari, no hospital
Chris Hani Baragwanath, de Soweto. O tratamento salvou até 70.000 crianças ao ano, segundo autoridades, uma grande história de sucesso diante das quase seis milhões de pessoas que vivem com HIV e aids no país.
"Se ela está
contaminada com HIV, então oferecemos aconselhamento intensivo. E oferecemos
tratamento durante a gravidez", explicou, enquanto crianças se penduram
nas cadeiras azuis da unidade de pesquisa, aguardando os pais que fazem testes
ou tratamento. As mães
soropositivas recebem medicamentos antirretrovirais (ARV) durante a gravidez e
após o nascimento, e possivelmente uma dose extra durante o trabalho de parto,
dependendo a evolução o vírus. Tudo de graça.
Os remédios reduzem
a carga viral no corpo da mãe, que por sua vez diminui o risco de a criança
contrair HIV através do cordão umbilical ou por exposição aos fluidos corpóreos
da mãe durante o parto ou a amamentação. O recém-nascido também recebe algumas
gotas de ARV em xarope, como um reforço para combater a infecção. O êxito do
tratamento tem sido uma bênção em um país onde metade dos 50 milhões de
habitantes vive com menos de US$2 por dia. Embora os antirretrovirais tenham
reduzido o perfil da aids de doença mortal a crônica nos países mais ricos,
permitindo aos infectados manter um estilo de vida normal.
Até uma década
atrás, a África do Sul também era notoriamente resistente a fornecer
medicamentos anti-aids para as grávidas. O ex-presidente Thabo Mbeki, no poder
na época, despertou críticas em todo o mundo por questionar se o HIV causava a
aids, bem como os diagnósticos e remédios ocidentais no combate ao vírus. Em
2002, no entanto, a Corte Constitucional determinou que os antirretrovirais
fossem disponibilizados de graça para futuras mães com HIV.
Atualmente, o
programa sul-africano de ARV foi além das grávidas e agora é oferecido a 1,3
milhão de pessoas, constituindo-se o maior programa do tipo no mundo. Antes do lançamento
do programa "Prevenção da Transmissão de Mãe para Filho (PMTCT, em
inglês)", quase um terço dos bebês do país nascia com HIV, contraído de
suas mães. As taxas de infecção agora caíram para menos de 4%, segundo números
oficiais divulgados no ano passado.
"É
inacreditável como as taxas de transmissão caíram. É realmente dramático",
disse na capital, Pretória, Theresa Rossouw, doutora chefe em HIV do país. Autoridades de
saúde internacionais comemoram o sucesso do programa. "O programa PMTCT é
o carro-chefe do governo sul-africano. É algo sobre o que eles podem dizer,
''Nós lideramos este programa''", disse Thapelo Maotoe, médica na agência de
ajuda americana USAID, que financiou com mais de US$3,3 bilhões o tratamento
contra HIV/aids na África do Sul desde 2004.
Os resultados
representam uma boa notícia em um país onde a metade dos bebês soropositivos
não consegue chegar aos cinco anos de idade, por causa da pobreza generalizada.
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